domingo, julho 06, 2008

A Pressa e o Tempo

Venho lhes dizer através deste sussurro contemplativo
Que encontrei um prêmio valioso
Para recarregar com ira e gozo
O tormento verde folha, habitante da arvore principal,
Que flui no mesmo casco, mesmo cesto
Ao qual me proponho aqui elogiar
Nestes versos acesos no perene insignificado das coisas.

Surpreendente tíbia de minha velocidade.
Explícitos e temperamentais cargueiros
Despedem-se desgastados por minha humanidade
Que insiste em aflorar do avesso,
Presente diante da porta contrária da vida.

Ela sucumbe aos meus desejos
De (que delícia!) provar, levitar,
Na emoção e extravagância,
A permanente exuberância de constantemente
Testar-me.
Fuzilar-me.

Numa parede de terra insípida, sim.
Frente aos quadros e ramos
Da árvore principal.
Feminina.
Beijei-a.
Eu a observava.
Descrevia o tom que sua nuca transpirava
Trovões e teias. As ondulações negras e
Bem reverenciadas pela fragrância de sua noite
Contemplavam a singela musicalidade de seus olhos.

Concordo que música, naquele instante,
Soprava uma brisa quente que em meu rosto,
De repente, soletrava liras de percepção
Onde brotaram,
Fantasticamente,
Como água nascente,
Camaleões de adeus.

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