sexta-feira, agosto 01, 2008

Prelúdio de uma morte

Ela conseguiu. Neste corpo de mulher onde a alma é o cenário da vida, nos confins das leis dos homens, Ela consumiu sua essência perfumada de mortal. Proferiu pródigas palavras as quais adormecem nos contratos obscuros que, naturalmente, este corpo de mulher foi espontâneamente subjulgado a assinar. Enfim, depois de todo esse tempo - esse meteoro tempo em cabides de umbrais e regiões inóspitas da imaginação e mente-ato onde os espetáculos de cores e calores, sensações e orações - o enorme e colossal e devastador meteoro então colide com toda a verdade e todo espinhoso mistério de seu Ser, e o corpo de mulher sucumbe à pressão da colisão e todo o vazio árduo do vácuo se resume no último segundo ao eterno e infinito pesar do nada sobre seus pulmões. O peso do nada sobre teu umbigo. O corpo equilibra-se sobre a tênue linha da silhueta da luz, e o escuro amplo da imensidão da simplicidade de morrer alvorece em sua pele. O turbilhão então colide, concluí e segue em frente. Seu sofrimento acabou junto a teus membros, teus olhos, tua lingua, teu profundo compadecimento, aceitação e auto-crítica. Foram levados para a incompletude do vago soar da aurora dos mortos. Para o esquecimento provocado por sua própria engenharia. Uns dizem morte, talvez eu diga que é como o mais amargo e elegante acaso de uma harmonia.